Na vida de cada pessoa, há uma história familiar desde a infância. Aquele que os pais contam antes de dormir, permitindo que seus filhos mergulhem no mundo de aventuras e milagres. Uma dessas histórias pode ser considerada história de Mowgli - o herói do "Livro da Selva", de Rudyard Kipling. Apesar de a coleção ter sido escrita no final do século XIX, esse trabalho ainda ganha vida no cinema mundial. Um desenho animado americano em duas partes, a série animada soviética, vários filmes - a história da criança da selva é contada várias vezes. A última adaptação cinematográfica foi o filme de John Favreau, “O Livro da Selva”, que estreou em 2016. O amor pelo livro de histórias de Kipling está fora de dúvida, no entanto, quantas dessas adaptações vêm de histórias que conhecemos desde a infância?
Diferenças e semelhanças com o livro
Os personagens principais e seus motivos
Nas adaptações de filmes, é comum alterar a cronologia dos eventos, detalhes e remover algumas cenas para atender ao tempo. Muitos estavam confusos sobre o gênero de Bagira: nos livros russos e no desenho soviético “Mowgli”, a pantera é uma mulher, mas Kipling é um homem. Essa confusão pode ser explicada pelas dificuldades da tradução, porque em outras adaptações, como no Livro da Selva de John Favreau, o gênero masculino de Bagira é preservado, mas o diretor inesperadamente torna o python Kaa feminino. O que causou essa mudança não está claro.
As tecnologias modernas transmitem perfeitamente não apenas toda a beleza e mistério da selva selvagem, mas também tornam seus habitantes o mais realista possível. A imagem do filme “O Livro da Selva” permite que imagens nas mentes dos espectadores que leem as histórias de Kipling se tornem reais: uma pantera graciosa, filhotes de lobo encantadores e um tigre formidável. Claro, a imagem dos personagens não poderia prescindir da aparência criativa do diretor. Por exemplo, nas histórias de Kipling, Sherkhan é coxo desde o nascimento (seu nome real é Lungri traduzido como "coxo"). O tigre no filme Favreau não é coxo, mas por causa do encontro com a “flor vermelha”, seu rosto está chamuscado e não há um olho, então na tela ele parece bastante intimidador. Este afastamento da imagem do livro de Sherkhan pode ter várias explicações. Em primeiro lugar, um animal coxo na tela pode causar simpatia inconsciente entre o público. Se Sherkhan perdeu os olhos por sua própria culpa, então ele estava mole desde o nascimento - não dependia dele. Em segundo lugar, a privação do olho por causa do pai de Mowgli explica o desejo inexorável de Sherkhan de se livrar do bebê humano - ele quer vingar sua mutilação. Kipling, como tal, não tem explicação por que Sherkhan está tão obcecado em matar Mowgli.
Enredo
A sequência cronológica do filme de John Favreau é violada, assim como a trama: na história de Kipling, Mowgli se perde na selva e encontra o covil dos lobos, enquanto no filme "O Livro da Selva", ele o encontra e o leva para o bando Bagir. Essa diferença não é fundamental, porque o próprio Kipling não enfatiza que o próprio filhote humano encontrou animais.
Se você comparar as histórias de Kipling com as cenas do filme, poderá ver muitas diferenças. Tomemos, por exemplo, o sequestro de Mowgli pelos macacos do Bander Logs. O objetivo é o mesmo: Kipling deseja aprender truques com um filhote humano (a capacidade de torcer galhos para protegê-lo do vento), e John Favreau quer que ele atire fogo nele. O diretor contribui para o resgate de Mowgli: do cativeiro dos macacos, ele não foi resgatado pela píton Kaa, graças à hipnose, mas Bagheera com Balu, usando manobras astutas e perturbadoras. Não está claro por que Kaa não agradou a Favreau: ele mudou de gênero e o transformou em um vilão (a píton do filme queria engolir Mowgli).
O filme “O Livro da Selva” termina com Mowgli retornando ao bando de lobos. A história de Kipling não é totalmente contada: vemos um garotinho cercado por amigos animais e não sabemos o que acontecerá com ele em seguida, como ele voltará para as pessoas e se ele voltará.
Vale a pena navegar?
John Favreau fez um ótimo trabalho, pegando as histórias de Mowgli conhecidas por todos e apresentando-as na tela através de sua própria visão e percepção do trabalho de Kipling. Os personagens dos personagens são perfeitamente transmitidos no filme, os motivos de suas ações são facilmente rastreados e as leis da selva não são ignoradas. Apesar da tenra idade de Mowgli, vemos sua superioridade sobre os animais selvagens, como mostra a coleção de Kipling.
Qualquer adaptação de filme está sujeita a alterações, mas John Favreau conseguiu preservar as idéias e valores básicos que Rudyard Kipling escreveu no Jungle Book. Em outubro de 2018, a estréia do filme “O Livro da Selva: O Início” ocorrerá, e podemos apenas esperar que o diretor Andy Serkis transmita sua história de infância favorita sobre Mowgli ainda melhor do que seus antecessores.