(360 palavras) Quando analisamos nossos desejos, a linha que separa o grande sonho dos caprichos do cotidiano se torna aparente para nós. Lutamos por sonhos reais com todas as nossas almas, são reflexos do nosso "belo agora". Mas necessidades e interesses mesquinhos, por via de regra, são passageiros, distinguem-se pela falta de escopo e significado sagrado. Hoje estão e amanhã - como o vento soprava. Para indicar com mais precisão as diferenças entre esses conceitos, darei exemplos literários.
Um grande sonho é descrito por M. A. Bulgakov quando seu herói fala com seu juiz. Yeshua sonha que não deve haver poder no mundo, porque considera que é violência contra as pessoas. Ele sonha que um homem chegará ao reino da justiça e da liberdade, onde não haverá lugar para opressão e discórdia. Ele contou tudo isso a Pilatos, um servo dedicado do imperador Tibério, e, portanto, o filósofo pagou por seus ideais com vida. No entanto, ele não tinha medo de morrer por uma grande idéia; parecia que ele, estando na cruz e sofrendo tormentos infernais, era indiferente à dor. Em seu rosto estava a mansidão angelical de um homem que sabe o que está sofrendo em nome e está disposto a pagar esse preço. Somente pelo bem de um grande sonho, as pessoas se sacrificam, esperando e acreditando que sua contribuição ajudará a realizá-lo.
Um pequeno sonho é descrito por A.P. Chekhov na história Groselha. O herói sonhava em adquirir uma casa com um lote, e para isso foi levado a medidas extremas. Casou-se por cálculo, salvou e ficou desnutrido e até levou a esposa à morte por sua mesquinharia. No entanto, para realizar sonhos, um homem não sacrifica a si mesmo e a seus interesses, porque seu desejo é auto-satisfação. Nikolai Ivanovich dispôs de boa vontade o dinheiro e o destino de outras pessoas, mas não quis moderar seus pedidos. Essa é a principal diferença entre um grande sonho e um pequeno: para realizar sonhos grandiosos e em larga escala, uma pessoa não se poupou, mas, para satisfazer um pequeno capricho, as pessoas, em regra, não poupam outras, se prezam e valorizam em antecipação ao triunfo.
Assim, desejos mesquinhos são prosaicos e materiais, é fácil realizá-los, haveria dinheiro. Mas grandes sonhos estão longe da realidade cotidiana, pois, para sua realização, não são necessárias finanças, mas trabalho, fé no trabalho, talvez até auto-sacrifício em nome de uma idéia. Mas a diferença mais importante é que uma pessoa realiza pequenos sonhos para o benefício de si mesma, mas grandes coisas são direcionadas a toda a humanidade.